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“Mas esta semana será diferente!”


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Uma semana começa e termina e eu me questiono o que fiz e o que fui? Os dias corridos, algumas vezes, me dão a sensação de atropelamento, o que faz cair na frustração de não cumprir o que devia ou no negacionismo de “deixar a vida me levar, vida leva eu”.


“Mas esta semana será diferente!” – comecei a segunda-feira dizendo isso para mim mesma e também para Deus.


Entreguei a Deus os primeiros minutos do meu dia, apresentei o que sou, minhas reais misérias, e colhi Dele Seu amor e Sua direção.


Mesmo não sentindo (porque fé não é sentimento), sabia que Ele estava ali me ouvindo e abençoando.


Então vamos lá, mais um dia. E, neste dia, quero falar sobre a minha amiga: ORDEM.


Na Opus Dei, temos uma atividade chamada “Café com virtudes”: é um encontro de mulheres para um café e uma conversa sobre uma virtude específica e, como o ano está acabando, achamos a virtude da ordem tão essencial para um bate-papo. E eu, como uma boa melancólica, registro, releio e levo para minha oração durante a semana; afinal, para mim, as coisas precisam ir lá no fundo.


Quero essa virtude, a ORDEM. Quero chamá-la de irmã, como São Francisco fazia em tantas situações.


Então, descobri que a ordem é importante para nossa vida cristã. Não é apenas uma organização externa, é uma ordem interior. E essa ORDEM interior reflete o externo.


Quando a utilizamos, temos tranquilidade, mais tempo e atingimos mais os nossos objetivos. Representa um caráter mais elevado!


Não é nato, ou seja, não nascemos com ela; ao contrário, precisa ser exercitada, necessita de esforço na prática: aprender, desenvolver, esforçar-se em praticá-la no dia a dia.


Quando aprendemos desde criança, é um pouco mais fácil, mas podemos adquiri-la em todas as fases da nossa vida, com estudo e esforço.


Ela exige, de certa forma, uma temperança, que evitará sua rigidez e severidade. Não quer dizer que a casa estará totalmente organizada o tempo todo, que os horários serão cronometricamente precisos e tudo sempre dará perfeitamente certo. Isso não existe, e não podemos ser tão exigentes conosco e com as pessoas. Imagina uma casa com crianças em que não é permitido ter brinquedos no chão?! Seria muito chato. Ou que a regra é não sentar no sofá com a roupa de rua, mas um dia você senta, o outro senta, o visitante senta…


O ponto-chave da ordem é a PRIORIDADE.


Uma mãe com bebê em casa tem muitos afazeres: ela precisa cuidar do bebê pequeno e ordenar a casa. O que fazer? O que é mais importante? A criança. Cuida da criança, troca, alimenta e, depois, faz o que puder fazer em casa.


A nossa primeira prioridade é Deus! Preciso ordenar tudo a Deus. Preciso fazer um bom trabalho para ter um bom resultado e para dar glória a Deus.


“São Josemaria Escrivá dava muita importância à virtude da ordem para a vida cristã. Para ele, a ordem não é apenas uma questão de organização externa, mas uma virtude interior que reflete a harmonia e a paz da alma. Dizia: ‘Quando tiveres ordem, multiplicar-se-á o tempo e, portanto, poderás dar mais glória a Deus, trabalhando a seu serviço’”.


Como nossa primeira prioridade é Deus, entregamos tudo a Ele, e Ele nos ajudará na vivência das demais prioridades: nossa pátria (o cuidado e a preocupação com ela, com o outro); nossa família (na família, cuidar do marido/esposa, dos filhos e demais parentes); nosso trabalho (o trabalho dignifica o homem, fazer o melhor que pudermos); eu (cuidar de quem sou, também das minhas necessidades).


Para ter ordem, é preciso ter prática. Já ouviu falar que “a prática gera a virtude”?


Um ponto importante na busca da virtude da ordem é a pontualidade e, para vivê-la, temos que lutar contra os nossos sentidos, que nos atrapalham a fazer o que devemos.


Destaco três ensinamentos de São Josemaria sobre a Ordem:


1 - “Que o teu porte exterior seja o reflexo da paz e da ordem do teu espírito” (Caminho, 3).


2 - “Quando tiveres ordem, multiplicar-se-á o teu tempo e, portanto, poderás dar mais glória a Deus, trabalhando mais a seu serviço” (Caminho, 80).


3 - “A ordem dará harmonia à tua vida e te obterá a perseverança. A ordem proporcionará paz ao teu coração e gravidade à tua compostura” (Forja, 806).


Uma das formas de praticar a virtude da Ordem é a ORGANIZAÇÃO.


Essa habilidade pode ser desenvolvida, e uma boa dica é identificar no que somos bons e no que somos ruins, identificar a habilidade e a falta dela.


Ao identificar o ponto forte, enxergamos no que vale a pena gastar um tempo maior e no que não precisa. Assim, no que somos bons, dedicaremos mais tempo para transformar, melhorar e organizar. E, no que não somos tão bons, ou ruins mesmo, podemos procurar meios de aprender, bem como recursos para facilitar a vida.


Queremos ser bons em tudo, e isso nem sempre é a realidade. Podemos dar o melhor possível. Por exemplo, se cozinho muito bem, posso fazer um cardápio semanal, buscar meios de organizar a despensa, congelar, dividir... Mas, se não sou tão boa na cozinha, posso ver receitas, aprender e, quem sabe, comprar pronto, pedir para outro que faça; cozinho parte do tempo e, no restante, invisto em quem possa fazer.


É uma dica de ouro, dentro da possibilidade de cada um, e vale para todas as áreas.


Invisto e cresço no que tenho de bom e aprendo e ordeno o que não tenho habilidade, sem exigências absurdas.


Para isso, precisarei de HUMILDADE em identificar onde posso ir e onde não posso.


Tudo para melhorar a vida.


Exercício para praticar:


- Definir suas prioridades: questionar o que é, de fato, importante para sua vida; fazer uma profunda reflexão de quem você é e o que você quer ser.


- Existem prioridades que são momentâneas: uma criança pequena, um idoso doente, uma faculdade, algo que exige uma rotina diferente, e tudo bem. Precisamos dar o melhor naquele momento.


-  Lembrar que definir prioridades não quer dizer ser super-mulher.


-  Levar suas angústias para a oração, conversar sinceramente com Deus.


-  Estudar.


E finalizo com 10 dicas de São Josemaria Escrivá para viver a organização:


1 - “Não deixes o teu trabalho para amanhã” (Caminho, nº 15).


2 - “Evita sempre a queixa, a crítica, as murmurações” (Sulco, nº 918).


3 - “Larga esse teu gosto pelas primeiras pedras, e põe a última ao menos em um de teus projetos” (Caminho, nº 42).


4 - “Põe um motivo sobrenatural na tua atividade profissional de cada dia, e terás santificado o trabalho” (Caminho, nº 359).


5 - “Quando distribuíste o teu tempo, deves pensar também em que é que vais empregar os espaços livres que se apresentem a horas imprevistas” (Sulco, nº 513).


6 - “Faz o que deves e está no que fazes” (Caminho, nº 815).


7 - “Não esqueças que, às vezes, faz-nos falta ter ao lado caras sorridentes” (Sulco, nº 57).


8 - “A santidade não consiste em fazer coisas cada dia mais difíceis, mas em fazê-las cada dia com mais amor”.


9 - “Propósito sincero: tornar amável e fácil o caminho aos outros, que já bastante amarguras traz a vida consigo” (Sulco, nº 63).


10 - “Lembra-te bem sempre disto: mesmo que alguma vez pareça que tudo vem abaixo, nada vem abaixo, porque Deus não perde batalhas” (Forja, nº 332).

 

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